Nossa História

O Coletivo Alimentar é um Living Lab* que amplia dinâmicas de prototipação de serviços e produtos, construindo uma rede de profissionais especialistas em diferentes setores gastronômicos e estimula relações com a comunidade acerca do alimento. Em 2015 materializou o conceito em um laboratório de vivências, com cafeteria experimental, restaurante colaborativo e loja de produtores locais, contribuindo para a percepção de um novo paradigma colaborativo no contexto de Cultura Alimentar. Após quase três anos de experiência, em 2017, o Coletivo Alimentar foi reconhecido pela Red Latino-americana de Food Design, em Buenos Aires em seu encontro anual,  tornando-se uma referencia em Food Design no Brasil. Em 2018 passou a atuar de forma mais ampla, em esferas privadas e públicas, ampliando sua atuação com a comunidade acerca do alimento.

*utiliza uma metodologia de investigação centrada no usuário para detecção, prototipagem, validação e refinamento de soluções complexas em contextos de vida real, variados e em evolução (Eriksson et al., 2005)

#CemDiasSemProjeto

A construção do conceito do Coletivo Alimentar foi baseada principalmente no primeiro espaço ocupado, um prédio no centro da cidade de Curitiba, tendo início em julho de 2015, durando um pouco mais que 4 meses.

A primeira fase de prototipação foi chamada de #CemDiasSemProjeto para comunicar claramente nosso propósito: o tempo determinado do experimento e o fato de não ter um pré-projeto convidando à comunidade a participar deste experimento. Outro objetivo desta ação foi gerar interações com a comunidade digital, principalmente nas redes sociais facebook e instagram, convidando o público interessado a compartilhar o nome do projeto utilizando o símbolo “#”. 

Conceito itinerante das logos utilizadas durante a fase chamada #CemDiasSemProjeto.

Esta fase foi realizada abertamente com o público, transformando o espaço hora em cafeteria hora em restaurante, e foi responsável pela concepção da arquitetura do espaço bem como as atuais dinâmicas de serviços do Coletivo Alimentar. Para se destacar o conceito temporário do período de prototipação bem como se distanciar do que viria a ser a estética do Coletivo Alimentar após este período, foram utilizados mesas e cadeiras de papelão, graffitte e lettering com giz nas paredes como comunicação e decoração, pallets e nichos reciclados para formar estantes e prateleiras, e móveis e objetos de reuso.

Participaram ativamente na co-fundação do espaço o idealizador e engenheiro Luiz Mileck, o fotógrafo Munir Bucair Filho, o engenheiro Felipe Figueiredo, a redatora Nayara Brante, o designer e cozinheiro Renato Bedore e os baristas Cauê Bohrer e Ellen Krause. Alguns meses depois se juntaram ao grupo o biólogo e especialista em marketing digital Diego Dael e os cozinheiros e padeiros Lucas Chan e Gustavo Munhoz Alberge do projeto MAÇA Padaria Artesanal

Entrada do prédio no endereço na Comendador Macedo 233 destacando o cardápio itinerante.

Almoço servido em mesas de papelão desenhadas por artistas locais. Lattering por Marcella Calado.

Cardápio itinerante de bebidas e comidas da cafeteria com produtos artesanais e locais.

Durante esta fase foram realizadas centenas de interações diárias entre os participantes do início da construção do Coletivo Alimentar com a comunidade que se formou em torno do conceito transmitido pela iniciativa. O perfil dos primeiros participantes ativos do projeto, formado por baristas, cozinheiros, designers, engenheiros, entre outros, ajudaram a definir o tipo de público que frequentava o espaço, que muitas vezes acabou se tornando participantes indiretos do projeto (como professores, jornalistas, estudantes de design, etc) na construção da identidade da iniciativa do Coletivo Alimentar pela proximidade de posturas em relação aos conceitos de cultura alimentar e colaboração. Nesta fase as dinâmicas utilizadas para a prototipação do Coletivo Alimentar foram analisadas por estudantes de graduação e mestrandos em Design da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nesta fase fomentou-se uma dinâmica de interação entre a pessoas, empresas e iniciativas parceiras para formarem uma rede com o objetivo de realizar prototipações de dinâmicas de serviços e eventos.

Como não existia projeto prévio, praticamente todas as ideias eram primeiramente prototipadas com o espaço funcionando, convidando o público participar dos experimentos. Muitas vezes estes experimentos não eram comunicados como tal, criando uma situação de normalidade no experimento se aproximando de um “ambiente de vida real”, uma característica bem-vinda em um Living Lab. Existiu um esforço de comunicar o conceito do espaço que estava sendo construído através dos canais de comunicação das mídias sociais, destacando-se as fotografias com forte apelo estético e textos detalhando o conceito ainda inexistente de Living Lab gastronômico no Brasil.

Também foram realizados dezenas de palestras e workshops com temáticas variadas com o objetivo de atrair o público para conhecer o espaço e o conceito pela primeira vez. Foram ministrados cursos com especialistas nas áreas de embutidos, cafés especiais, cervejas artesanais, fermentação, panificação, vinhos finos, harmonização, entre outros que ajudaram a atrair não somente o comensal, interessado em aprender, como o especialista que normalmente era também um produtor que fabricava produtos locais, que começavam a ser disponibilizado para venda no que viria a ser o empório do espaço.

Primeiro prato servido no almoço, preparado pelo co-fundador Renato Bedore.

Curso de embutidos ministrado pelo Marcelo Empinotti da Salumeria Montebello.

Testes de cafés filtrados feitos pelos co-fundadores Ellen e Munir. Ao fundo Felipe, Nayara e Luiz.

Após a primeira fase, os resultados obtidos através das análises durante as prototipações foram tomados como recomendações para o conceito da arquitetura do espaço e identidade visual da marca e comunicação. Esta decisão foi tomada levando em conta que o “envolvimento do usuário-final e outros stakeholders ao longo de todo o processo de desenvolvimento da inovação e sua validação em ambiente de real”, segundo Niitamo et al. (2006) em uma abordagem de Living Lab resultam em inovações aplicáveis no dia a dia dos usuários e mais facilmente absorvidas pelo mercado. Logo na entrada, como uma espécie de mercearia, cerca de 30 fornecedores expõem seus produtos com cadeia produtiva sustentável, podendo ser artesanal, local, premium, orgânico ou sazonal. O importante é ser ligado à alimentação e ter o processo e ciclo de produção conhecido e responsável social e ambientalmente. Anexa a mercearia, uma cafeteria funciona no local e pode atender até 24 pessoas sentadas simultaneamente com serviço de bebida, tais como cafés, chás, sucos, cervejas, vinhos e coquetéis, e comida rápidas, como pães, sanduiches, bolos e tortas.

O espaço possuí um mezanino acima da cafeteria, onde foram montados os escritórios e a sala de reunião. Dispostos em seis espaços individuais em mesa comunitária e três espaços em baias particulares, este espaço possuí função de co-working com foco em criar uma rede de contatos entre pessoas interessadas em gastronomia e cultura alimentar oferecendo escritórios voltados para profissionais que trabalhem gastronomia. Ainda existe uma cozinha colaborativa que é partilhada por padeiros, confeiteiros e cozinheiros ou chefs. Ela é conectada com uma cozinha show que está estruturada em um salão/auditório, que funciona também para eventos, workshops, palestras e ateliê de fotografias. Em anexo a cozinha, e também podendo ser vista pela janela dos escritórios dos mezaninos, há um jardim em que ficam alguns temperos à disposição dos cozinheiros bem como a área de compostagem com minhocarios. Neste jardim existe um acesso à um terraço alimentar, que fica em cima da cozinha, no qual funciona uma fazenda urbana onde são plantadas hortaliças e alguns legumes, bem como arvores frutíferas, ainda em crescimento



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A arquitetura privilegiou o estado bruto dos materiais, como metal, tijolo e vigas aparentes e hidráulica e elétrica aparentes e com formas curvas, fazendo uma correlação entre a rusticidade do campo e das fabricas, locais onde são produzidos os alimentos, com as formas curvadas e orgânicas, presentes na natureza. O espaço também sofreu poucas intervenções de grande porte, permitindo um fluxo no espaço bastante convidativo e sem barreiras como portas, deixando os espaços que são organizados em diferentes setores bem integrados.

A identidade visual foi inspirada nas formas curvas da arquitetura e do contraste de cor aplicadas ao espaço, permitindo diversas aplicações em materiais físicos ou digitais. Existiu também uma preocupação de comunicar que a iniciativa do Coletivo Alimentar vai além das funções mais óbvias do contexto alimentar, evitando-se assim que a logo lembrasse símbolos diretamente relacionados à gastronomia. A identidade visual foi elaborada por integrantes de um coletivo artístico criativo da cidade DAS NUVENS, fechado no final de 2017.

A impossibilidade de realizar as atividades no espaço físico do laboratório do Coletivo Alimentar devido à reforma, possibilitou um estudo de reconhecimento de possíveis parceiros dentro do contexto proposto pelo Coletivo Alimentar, como a descoberta do já mencionado espaço DAS NUVENS, que além da criação da identidade visual, também colaborou com a criação de eventos em parceria com o Coletivo Alimentar durante a reforma, como o Cafeinada, evento com degustação livre de diferentes tipos de cafés e métodos, que acontece durante toda a madrugada. O evento já entrou na agenda da cidade referencia em cafés especiais no Brasil, também conta com drinks, cerveja, sorvetes, pães e doces, tudo com o café como ingrediente principal. Outras ações aconteceram neste período, como a produção da inauguração de uma padaria parceira e a participação em um evento focado mobilidade urbana, o Musicletada.



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Em breve mais história ...

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"Eu não vou parar. Eu não vou parar nunca"


Curitiba - Paraná.